Alimentação após o 1º ano de vida
Última revisão deste tema: 07/09/2014
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Do 1º ao 3º anos de vida - liberalizar, mas com regra!
Depois do 1º ano de vida o seu filho ou filha vai integrar progressivamente a dieta familiar! Como pai ou mãe tem duas opções: ensinar ao seu filho a ter uma alimentação saudável ou… não o fazer. Lembre-se, como pai ou mãe está a ensinar a sua criança os hábitos que terá para toda a vida – alguns erros podem resultar na persistência de maus hábitos daí em diante.
A partir dos 12 meses a criança vai começar progressivamente com o mesmo tipo de refeições e horários dos restantes membros da família.
1. Os cozinhados devem ser simples e com pouco sal para toda a família.
2. Cozinhe à base de cozidos e grelhados. Evitar fritos e refogados.
3. Pode-se dar leguminosas (feijão, grão, favas, ervilhas), bem cozidas e desfeitos.
4. Estimular a criança a beber água. Evitar oferecer outras bebidas (os pais devem dar o exemplo!)
5. Leite de vaca pode ser oferecido. Em termos de quantidade, 480 a 720ml de leite por dia é suficiente para suprir as necessidades de cálcio da criança. Beber leite em excesso pode ser prejudicial em termos nutricionais (a criança fica saciada e ingere menos outros alimentos importantes como fruta e vegetais) e pode promover a obstipação. No geral, deve-se iniciar pelo leite gordo e, a partir dos 2 anos, em que o leite passa a ter menos importância na dieta, pode ser substutuído pelo leite meio gordo ou magro.
6. A oferta de fruta pode ser liberalizada, incluindo os frutos vermelhos (morango, amora, framboesa), o ananás e por último o kiwi, começando por pequenas quantidades para avaliar a reação.
7. Já pode ser introduzido o ovo total (incluindo a clara).
8. Podem ser também oferecidos sumos naturais preparados em casa (em substituição de fruta inteira) mas não lhes adicione açúcar.
Os erros a evitar
“Quando se porta bem, merece um doce!”
Atenção pais, este é um caminho muito perigoso e difícil de reverter!
O que a sua criança vai aprender para a vida: “eu porto-me bem não porque é o correto mas porque vou ser recompensado”
Lembrem-se, vocês são os adultos. Cabe aos pais a árdua tarefa de decidir o para a criança.
Beber sumo às refeições…
Errado, errado, errado! Que razão pode haver para habituar o seu filho a uma bebida que prejudica gravemente a saúde? Se o seu filho é o melhor do mundo, ofereça-lhe a melhor rotina – beber água. Simples, barato e saudável. É só vantagens! Lembre-se, os sumos são um dos principais erros alimentares que contribuem para a obesidade infantil. Toda a família deve dar o exemplo à refeição.
Fast-food
A introdução precoce de fast-food (pizzas, hamburgers) vai condicionar o seu filho a gostar destes alimentos em detrimento de outros. E sempre que come estes alimentos são calorias, calorias. E mais calorias.
O que a sua criança vai aprender para a vida: “ir à fast-food é normal, porque não ir muitas vezes?”
Lembre-se, ao ir com o seu filho a algumas cadeias de fast-food, a sua criança vai ser atraída por um conjunto vasto de mensagens sedutoras! Existe toda uma estrutura muito bem pensada para seduzir as crianças a voltarem lá outra vez (os parques infantis, os bonecos, as imagens infantis). E outra vez. E mais outra. Até ficar descontrolado. Estes restaurantes sabem bem o que fazem! E também sabem que a fast-food é a causa principal da principal epidemia do século XXI – a obesidade infantil.
Chicletes, gomas, chocolates e afins
Este tipo de aditivos alimentares são um autêntico desastre para a saúde oral da sua criança! Em algumas crianças, nem lavar os dentes duas vezes por dia pode evitar o aparecimento de cáries e destruição dentária originada por estes alimentos. Que razão pode haver para oferecer gomas ou chicletes? Especialmente se soubermos que não é tão raro o engasgamento e mesmo a morte com chicletes ou gomas. Amar uma criança é incompatível com oferecer estes alimentos por rotina porque estes alimentos prejudicam-na gravemente.
E ainda, o que a sua criança vai aprender para a vida: “Os meus pais gostam de mim porque me dão gomas”. Se a sua criança é o melhor do mundo para si, ela tem que saber isso através do tempo que tem para brincar com ela, não através de uma goma ou chiclete.
Desistir de fruta e/ou sopa
Pais, não cedam. Nunca desistam da vossa criança. Ela merece continuar a comer os melhores alimentos. Ela não tem ainda maturidade para o saber mas vocês, como pais responsáveis, sabem. Mas as crianças também esperam que os pais dêem o exemplo!
Dos 3 anos à adolescência
1. Ingestão de 0.5L de leite meio gordo/dia (0.5L de leite=4 iogurtes=60g de queijo);
2. 50 g/dia de carne; 60g/dia de peixe (almoço, jantar);
3. 2 a 3 ovos/semana (1 ovo=50 g de carne=60g de peixe);
4. 25 g de gordura (azeite e manteiga)/dia; 1 colher de sopa de azeite = 1 pacote individual de manteiga=15 g de gordura;
5. 150 g de pão/dia; 3 fatias;
6. Legumes e fruta em 3 refeições (pequeno-almoço, almoço e jantar); sopa, salada e sobremesa;
7. Moderação no açúcar, mel, cacau, produtos de pastelaria;
8. A melhor bebida é a água;
9. Desaconselhada a ingestão habitual de refrigerantes por conterem muito açúcar, substâncias estimulantes e gás; os sumos tipo néctar (50% de sumo de fruta) ou os 100% sumos são aceitáveis;
10. Redução de sal, gorduras e açúcar na confecção de alimentos;
11. Grelhar, estufar, cozer ou escalfar os alimentos em vez de os fritar;
12. Aumentar os hidratos de carbono: pão, sementes e cereais;
13. É importante fazer exercício físico regularmente.
Na adolescecência
Os anos da pré-adolescência e adolescência são um período de aumento de crescimento que é acompanhado de aumento de apetite e necessidades nutricionais. Aumenta as necessidades calóricas, proteicas, ferro, iodo, cálcio, niacina, tianina.
Obesidade infantil - prevenir é melhor que remediar
Os bons hábitos alimentares de toda a família são uma parte essencial da prevenção:
1. Evite alimentos ricos em gordura;
2. Evite os fritos e os aperitivos;
3. Reduza o uso de manteiga/margarina;
4. Evite alimentos ricos em açúcar, bolos de confeitaria, refrigerantes e bebidas açucaradas;
5. Não permita a ingestão de alimentos nos intervalos das refeições;
6. Ofereça bebidas preferencialmente à refeição e prefira as pouco calóricas;
7. Use pão e queijo com baixo teor de gordura;
8. Use leite magro e nunca ultrapasse 0.5L/dia;
9. Retire toda a gordura da carne antes de a cozinhar e prefira as magras.
10. Evite restrições calóricas drásticas e perda rápida de peso.
11. Promova a prática do exercício físico.

"O meu filho não come..."
1. Ofereça alimentos variados com diferentes paladares, cores e texturas;
2. Respeite os intervalos das refeições, fazendo intervalos de 4 horas para as principais e 2 horas para as outras (não permitir a ingestão de bolachas ou guloseimas nos intervalos);
3. Reduza a ingestão de líquidos no intervalo das refeições;
4. Apresente as refeições em pequenas quantidades e com aspecto atractivo;
5. Tente fazer as refeições em família usando a mesma alimentação;
6. Proporcione uma refeição tranquila e sem distracções. Evite refeições em frente ao televisor;
7. Não exija sempre o prato “limpo” no final da refeição;
8. Esconda as sobremesas até à altura de a servir e nunca a ofereça como recompensa.
As 5 regras a não esquecer:
Não brinque. Não recompense. Não discuta. Não ameace. Não castigue.

Exemplo de um dia saudável
Pequeno-almoço: cereais, leite e fruta.
A meio da manhã: iogurte simples, pão.
Almoço: sopa de legumes, carne ou peixe, batata ou arroz, salada e fruta. Água.
Lanche: leite, pão.
Jantar: sopa de legumes, carne ou peixe, batata ou arroz, salada e fruta. Água.
Ceia: leite e duas bolachas “Maria”.
Em dias especiais pode ser permitida a sobremesa doce (leite creme, arroz doce, aletria).